Mais uma CPI vem aí. Agora é a do MEC (Ministério da Educação), que antes era Cultura também, sobre os benefícios de pastores junto ao pastor mor, o então ministro da Educação, Milton Ribeiro, em deslavada e negociada estratégia de propinas.
Só que esta CPI entra no “foi, sem nunca ter sido”. Por que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), resolveu instalá-la só após as eleições gerais de outubro. Manobra que livra, por enquanto e dos constrangimentos e implicações criminais, o presidente da República, Jair Bolsonaro. Como também outros personagens da política corrente, por que poderiam ter respingos em suas campanhas.
Em princípio parece ter sido uma medida acertada, para não dar palanque em período eleitoral, mas quando chegar outubro e depois novembro, conforme o resultado das eleições, ela morre. Literalmente. Por isso está se tornando um “foi sem nunca ter sido”. E a quem Pacheco quer agradar com isso? Aos dois grupos que têm a dianteira na corrida eleitoral. O vencedor ditará o rumo da CPI, mas que já parece ter um futuro definido: morte e sepultamento. Isso se Bolsonaro vencer. Ou se Lula vencer. Afinal, a CPI do MEC, instalada por Pacheco ontem, só vai funcionar após o período eleitoral. Até lá a oposição está tentando novamente o STF, como fez com a da Covid.
O provável motivo para esperar o fim do período eleitoral foi louvável, por parte de Pacheco; mas repugnante foi o seu adiamento. Ao que tudo indica, Pacheco não quer queimar o filme com Bolsonaro e muito menos desagradar Lula.
Percebam o nível da política em Brasília. A lealdade é ao centro do Poder.