Alguém sabe o que é uma “lanchaciata”. Pois é, teve uma no Lago Paranoá em Brasília e o presidente Jair Bolsonaro (PL), participou pilotando um jet ski. Lanchaciata, para quem não sabe, é um passeio de lanchas, e foi convocado por apoiadores do presidente, que não tinham motocicletas para fazer uma motociata.
Em tempos de preços de combustíveis na estratosfera, trata-se de um escárnio; de um acinte contra a população esse tipo de desperdício, sabendo que cada centavo do preço de um litro de óleo diesel, gasolina ou etanol significa elevação no preço dos produtos de consumo, como alimentos por exemplo. A cadeia de preços começa com o preço do transporte, numa escala que tem início com o atravessador – ou intermediário – até chegar às mãos do consumidor final. Daquele que vai arcar com todos os custos de cada grão de feijão; de cada grão de arroz; de cada grão de milho e assim por diante. São as duas pontas dessa cadeia que mais sofrem e mais perdem: o produtor, com seu preço mínimo e o consumidor, com seu preço máximo.
A falta de empatia com a situação dos brasileiros, desde o início da pandemia até os dias de hoje, persiste por parte do presidente, que não consegue se comover com a desgraça alheia. Não consegue se comover com a doença, com a morte, com a fome e com o baixo nível da educação e da saúde do povo brasileiro. E, agora, muito menos com a fome. Afinal, ele não é coveiro e muito menos produtor de alimentos. Os melhores produtos lhes batem à porta, sempre que há uma compra para o Palácio e aos palacianos. Inclusive de muito leite condensado.
Já que está tudo em ordem, o país crescendo e o povo se divertindo, buscando osso para o churrasco, então vamos a uma lanchaciata. Ação nobre em apoio ao grande presidente que temos.