Parece que há um ranking internacional sobre as cidades mais congestionadas do mundo. Três delas disputam acirradamente a primeira colocação: Londres, Roma e Nova Iorque. Quanto à capital italiana existe um agravante: os motoristas romanos dirigem seus carros como se comportam nas ruas, isto é, não se importam com os outros. Falam alto, gesticulam e parecem brigar o tempo todo. Além disso, como me revelou alguém que esteve na Itália recentemente, eles cospem no chão, fumam em cafés, no entorno de bistrôs e são, particularmente, grosseiros. A Itália é milenar. Tem um povo conquistador que, durante mil anos, submeteu dezenas de nações ao seu domínio. E teve imperadores, aqueles que jogavam aos leões pessoas que não gostavam. E ainda, que colocavam fogo em sua própria. Na verdade existem algumas teorias que tentam explicar tamanho poder: a principal, que a exemplo dos faraós, os imperadores representavam uma espécie de divindade na forma humana. Fico imaginando como cuidavam do trânsito desde a época das primeiras bigas em solo italiano porque, depois de mil e quinhentos anos, parecem não ter melhorado. E neste ponto existem duas coincidências sobre Limeira: somos dirigidos por um imperador e nosso trânsito segue cada vez mais caótico. Cidades mais inteligentes, há tempos, executam tarefas que requerem obstrução de ruas e avenidas no período noturno, tendência já incorporada por concessionárias de rodovias. Em um município como Limeira, existem corredores que simplesmente transformam em caos a vida dos motoristas quando fechados. Exemplos dessas ruas? Tiradentes, Dr. Trajano, Boa Morte, Carlos Gomes e Senador Vergueiro, só para citarmos algumas. Pois não é que ontem, no período da tarde, inventaram de realizar uma obra em plana Rua Capitão Khel? Que rua é essa? Simplesmente é aquela que recebe o fluxo da rua Boa Morte com destino à parte baixa da cidade. Os motoristas tiveram que fazer um contorno na praça do Viaduto Antonio Feres, conhecido como Viaduto da Ford, para retornarem, e tudo parou nessa região. A pergunta é: por que essas obras não são executadas à noite, quando o centro fica às moscas? Não dá para incluir esse pedido nos contratos, ou os aditivos só existem para aumentar o valor dos serviços? Nosso imperador faz escola. Seus subordinados agem com igual arrogância, e cuidam do trânsito assim, colocando cones, cavaletes e importunando a vida dos motoristas quando bem entendem. Isso é um grande desrespeito ao cidadão que merece mais atenção.

Roberto Lucato