Finalmente o quadro das candidaturas foi fechado no último final de semana com a indicação de Bruno Bortolan para compor a chapa de Érika Tank, atual vice-prefeita. Vale a pena, portanto, fazer uma rápida análise sobre esses nomes, a começar do último anunciado. Personalíssimo e dono do baralho eleitoral do seu partido, o PSD, o mesmo do escolhido, aparentemente o atual prefeito teve dificuldades para encontrar um nome mais popular dentro de suas próprias fileiras, por isso o anúncio feito no apagar das luzes do calendário das convenções. Se Bortolan representasse algum tipo de consenso – aliás, algo que Mario Botion dispensa para fazer suas escolhas –, seu nome estaria aparecendo nas bolsas de apostas há algum tempo – o que não ocorreu. Como curiosidade, apenas, o empresário participou na mesma condição quando o ex-prefeito Paulo Hadich tentou a reeleição, ocasião em que obteve a última colocação da preferência dos eleitores no primeiro turno. Como semelhança, o fato de Bortolan carregar apenas a sonoridade familiar de sua família na política, mas nada a acrescentar em possíveis votos, dado ao fato de não exercer cargo público ou eletivo. Terá que se policiar, também, para evitar a contaminação a seu favor nas emissoras de rádio que dirige, algo que seus adversários estarão de olho, e a Justiça Eleitoral também. E, se preparar administrativamente, caso eleito, para não contar mais com os pesados investimentos publicitários dirigidos às suas emissoras por determinação do prefeito nos últimos anos, em especial nesse. Do ponto de vista eleitoral, portanto, Bortolan se equipara a outros dois candidatos a vice: Marco Aurélio, pela frente progressista, e Fernando D’Andrea, na chapa de Murilo Félix. Neste último caso, o candidato do Podemos parece ter seguido a receita de seu pai, quando escolheu Orlando Zovico como vice: ofereceu ao eleitorado não exatamente um puxador de votos, mas alguém com um sobrenome conhecido. Desta vez, da família D’Andrea. Quanto ao vice da chapa de Mitsunaga, a explicação é que Marco Aurélio é um nome respeitado dentro do seio petista local; pode não incorporar votos, mas oferecer mais segurança ideológica à militância. Tudo isso considerado, a única chapa que traz um maior calibre eleitoral apresenta a Dra. Mayra Costa como vice do vereador e candidato Betinho Neves. Atual líder nas pesquisas, caso ele permita a adequada exposição de sua parceira, possuirá a chance de somar os votos que ela sozinha os detém. Vale lembrar que, disputando a prefeitura no último pleito, por pouco a Dra. Mayra não desbancou Murilo para se credenciar ao segundo turno. A sorte está lançada, portanto, e estes são os fatos de uma corrida sucessória apenas começando. E cá entre nós: nada empolgante.
Roberto Lucato