“Por que falar sobre drogas?” foi o tema de uma roda de conversa nesta terça-feira, 25 de junho, na Câmara Municipal de Limeira. A ação foi elaborada pela Escola Legislativa Paulo Freire, com o apoio do grupo Valentes de Davi, Pastoral da Sobriedade e Instituto Nesher, além de outras organizações engajadas nessa temática.

O evento contou com a presença do presidente da Câmara Municipal, Everton Ferreira (PSD); também participaram Débora Araújo, psicóloga; Lionaldo Marçal, diretor da ONG Valentes de Davi; Paulo Moraes, professor representante do Instituto Nesher; Pedro Pirovani, do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-AD); Leopoldina Aparecida Lino Providelli, do grupo Amor Exigente; Maria Elizabeth Alencar, do Conselho da Condição Feminina e Rede Elza Tank; além de Maurício José da Costa representando a Pastoral da Sobriedade.

“A Câmara Municipal vai sempre estar aberta para apoiar esse tipo de debate, garantido o auxílio do Poder Legislativo, o qual essas organizações têm a legitimidade de cobrar esse espaço em qualquer tempo que for”, pontuou Everton Ferreira durante a abertura do evento.

Palestra

Débora Araújo, psicóloga e representante da Pastoral da Sobriedade, destacou que o uso do álcool aumenta cinco vezes mais os riscos de acidentes de trabalho, desencadeando 13% desses acontecimentos devido aos efeitos colaterais e abstinência na falta da droga.

Segundo Débora, o consumo da bebida entre as mulheres também teve um aumento significativo de 50% nos últimos 10 anos, o álcool ainda é a principal causa de retardo mental e de outras anomalias congênitas, resultado de 10% dos fetos expostos à química apresentarem defasagem no desenvolvimento.

“A Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) mostra o risco do uso do álcool durante a gravidez como prejudicial à saúde da criança, não só na questão de doenças ou prejuízo cognitivo, como também no espectro autista”, conclui a psicóloga.

Roda de Conversa

A roda de conversa foi mediada pelo professor Paulo Moraes, que levantou a questão de que o próprio sistema de ensino brasileiro e o Sistema Único de Saúde (SUS) devem conscientizar a população sobre os riscos da utilização das drogas e prestar auxílio aos dependentes.

O representante do Caps, Pedro Pirovani, discorreu sobre como articular um projeto em relação às formas de prevenção da dependência química e como a função de cada organização é essencial. “Tem uma parte da prevenção que diz respeito a toda população, que está para além das instituições presentes, que é a prevenção primária, de olhar para a primeira infância e não depender apenas da área da saúde, mas também dos educadores, para idealizar um projeto bem feito”, destacou.