Poucos meses antes da invasão russa na Ucrânia, setores da inteligência dos Estados Unidos lançaram alertas desta natureza. Os “exercícios” como eram explicados por Moscou, na verdade, eram de fato manobras de guerra, e não deu outra. Entretanto, a motivação das incursões russas até agora segue nebulosa, predominando a teoria de expansão territorial, algo que ao longo da história esteve no berço de tantas batalhas. Enquanto seguem as dúvidas, eis que dez dias atrás surge no mapa global outro grave conflito, em uma região conhecida pela forte influência religiosa entre seus povos. Desde o início, porém, entre tantas perguntas sem resposta, uma delas foi direto ao ponto: o que poderia ter levado um grupo terrorista a cometer atrocidades contra um estado formalmente constituído, dono de um poderio militar desproporcionalmente maior? Desejar, de fato, que os muçulmanos se unissem em torno de uma nova guerra santa de proporções globais? A guerra entre Israel e Hamas leva a exaustão o noticiário, em nosso particular, retirando Brasília do centro das atenções, e até o momento, a única explicação que ajuda a compreendê-la, é tão simples como palatável. Durante os últimos anos, sob coordenação dos Estados Unidos, melhorou a interlocução do estado de Israel com seus vizinhos, incluindo a Arábia Saudita. Não se sabe, ao certo, se as comunidades palestinas entraram neste “pacote”, mas o fato é que estes avanços em busca de uma paz mais duradoura incomodam grupos que sobrevivem financiados pelas guerras. Portanto, colocar Israel, novamente, em situação de conflito, serve aos interesses destes grupos, levando-nos crer que, de santa, essa guerra não tem nada. Aliás, porque também não existe um interesse claro dos agressores. Os norte-americanos sabem disso, como conhecem as reservas de petróleo do Oriente Médio, por isso enviarão seu chefe de estado para uma visita presencial na região. A conferir os próximos passos, incluindo o fato de constatar, mais uma vez, que a ONU não serve para nada, rigorosamente nada.
Autor: Roberto Lucato