A Secretaria de Saúde de Limeira confirmou dois óbitos decorrentes de febre maculosa. A causa das mortes foram confirmadas por exame laboratorial, realizado pelo Instituto Adolfo Lutz. Os casos são de um homem, de 44 anos, que faleceu dia 31 de agosto, e de uma menina, de 6 anos, no dia 5 de setembro.
Na primeira ocorrência, o Bairro dos Loiolas é apontado pela Divisão de Controle de Zoonoses como local provável da infecção, porém técnicos da Secretaria de Saúde ainda estão monitorando a região para saber o local exato em que a vítima foi infectada.
Já em relação à criança, técnicos da Zoonoses continuam investigando os prováveis locais de infecção frequentados por ela. A pasta, por meio da Divisão de Vigilância Epidemiológica, ressaltou que não há suspeitos entre os familiares das vítimas, no entanto, segue acompanhando eventuais novas ocorrências.
A Secretaria de Saúde, por meio da Divisão de Controle de Zoonoses, vem adotando várias medidas em relação à doença. Além da investigação dos locais prováveis de infecção para detectar áreas infestadas, há também um trabalho preventivo.
Funcionários de todas as UBSs passaram por uma capacitação recentemente para identificação de eventuais novas suspeitas da doença e providências que devem ser tomadas. O objetivo é que a população também seja informada a respeito de sintomas e de quais medidas devem ser adotadas. A Divisão de Controle de Zoonoses está também realizando palestras em escolas da área urbana e rural para multiplicação de informações.
A Secretaria de Saúde recomenda ainda as seguintes ações de prevenção: evitar caminhar, sentar ou deitar em áreas próximas a mato e córrego que podem estar infestadas por carrapatos.
Sobre os sintomas da doença, a gerente da Divisão de Vigilância Epidemiológica, Amélia Maria P. da Silva, esclareceu que os pacientes costumam apresentar, febre de início súbito, dor de cabeça intensa, dor muscular, diarreia, dor abdominal, seguidas do aparecimento de manchas vermelhas no corpo, principalmente na palma das mãos e na sola dos pés. “Em alguns casos, dedos e orelhas também podem desenvolver gangrena”, ressaltou.
Amélia relatou que o diagnóstico precoce é difícil, pois a febre maculosa tem sintomas parecidos com outras enfermidades, como leptospirose, dengue, hepatite viral, salmonelose, encefalite, malária, meningite, sarampo, lúpus e pneumonia. A confirmação é feita por sorologia, que deve ser colhida em duas amostras, com intervalo de 15 dias. “Como o diagnóstico da doença é demorado, o tratamento deve ser iniciado a partir da suspeita da doença, com administração de antibiótico específico. Por esse motivo, é fundamental que o paciente relate se esteve em área de risco”, alertou.
A Secretaria de Saúde promoveu na semana passada, no Paço Municipal (Edifício Prada) uma capacitação sobre febre maculosa, voltada a enfermeiros que coordenam as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município. A abertura dos trabalhos foi conduzida pela gerente da divisão de Vigilância de Zoonoses, Pedrina Aparecida Rodrigues Costa. “Estamos atualizando as informações sobre a doença, que está presente em diversas áreas do estado”, afirmou. “Nosso objetivo é alertar os profissionais de saúde sobre a necessidade de ficarem atentos a casos suspeitos da doença”, ressaltou.