Noticiário deste começo de semana, não poderia ser diferente, avalia o primeiro debate presidencial promovido por um pool de órgãos de comunicação, transmitido ao vivo, ontem à noite, pelas redes Bandeirantes e Cultura em canais abertos. Dado as inúmeras peculiaridades devidamente recortadas até agora, do ponto de vista avaliativo, vamos aos pontos não lembrados.

No começo da noite, em rápida entrevista à rede Bandeirantes de rádio, seu diretor de jornalismo Fernando Mitre, ao se referir sobre expectativas, revelou que este debate começou a ser discutido em novembro do ano passado. Portanto, tratou-se de um ‘processo” permeado por concessões e intensas análises sobre o seu formato. Começamos daqui, e sobre este aspecto. Ao incluir seis, e não apenas quatro presidenciáveis, a relevância das participações de Felipe d’Ávila (Novo) e Soraya Thronicke (União Brasil) não se justificou. D’Avila, por exemplo, beirou o ridículo quando claramente não sabia preencher o tempo a ele oferecido – faltou discurso – enquanto a senadora Thronicke tentou, a todo o instante, ressuscitar um plano econômico escrito há 30 anos, em meio a ameaçadas de “virar” onça quando nervosa.

Quanto aos líderes das pesquisas, Lula mais uma vez se enroscou ao falar de corrupção em seus governos, preferindo tratar da aprovação de leis quando não era essa a pergunta. Jair Bolsonaro, por sua vez, ao preferir agredir verbalmente uma jornalista, não apenas se desestabilizou após o ocorrido como, por cria-lo, introduziu a pauta feminina para a exploração de sus adversários. Simone Tebete, bem avaliada por segmentos de eleitores indecisos, preferiu o “tudo ou nada” contra o governo Bolsonaro, bem explorando, também, a incidental pauta feminina e as informações que tomou ciência durante a CPI da Covid.

Ciro Gomes, finalmente, continua a se apresentar como o melhor articulador entre seus adversários, rechaçou com habilidade os acenos de Lula da Silva e talvez, no melhor momento de sua trajetória política, não consegue emplacar suas principais propostas, o limpa-nome e o renda mínima. Para concluir, de volta ao “formato”. Para quem teve mais de oito meses para alinhá-lo, faltou criatividade artística.

As perguntas dos jornalistas participantes também estavam, em sua maioria, contaminadas por suas avaliações pessoais, soando mais como declaração de preferência, ou exclusão. No mais, um debate mais adequado para a exploração de sites de fofocas que portais noticiosos.