Estamos, novamente, numa discussão sobre a conduta ética de jornalistas, que não medem esforços para terem seu momento de influencer e, depois, arrependidos e, pelo caminho que tomou a publicação feita, vem pedir desculpas, depois que o estrago está feito.
Estou falando do jornalista de celebridades, Leo Dias, que trouxe à tona uma escabrosa história de estupro, não aborto por parte da menina e a doação do bebê depois do nascimento. Trata-se da atriz Klara Castanho, que não teve sintomas da gravidez, não teve transformações no corpo e, posteriormente deu à luz um menino. História replicada pela apresentadora Antonia Fontenelle, que tratou o caso como abandono de incapaz, por que a mãe resolveu doar a criança sem vê-la. Misturou racismo pelo meio e nem procurou saber sobre as questões legais do assunto, que envolvia estupro, o não aborto e doação da criança.
A mesma questão ética desrespeitada por uma juíza em Santa Catarina, que tirou uma criança de dez anos da mãe, por que a mesma procurou um hospital, nesse caso para um aborto legal pelos riscos da filha, que não tinha corpo para gestar outra criança.
Agora, a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) deve tomar providências contra Leo Dias. E a questão ética é justamente uma só: informação é coisa séria e não deve servir de escada para ninguém. E, por ser coisa séria, uma série de implicâncias devem ser levadas em consideração: o conhecimento da história a ser divulgada; as fontes de informação; as questões legais envolvidas; o respeito à vítima e ao próprio nascituro – nesse caso ninguém sabe quem é – mas que traz as respectivas desinformações.
A ética no jornalismo é coisa séria, por que uma palavra mal escrita, uma denúncia mal formulada e uma história contada pela metade traz reflexos que jamais poderão ser mudados. Temos um exemplo citado e recitado, o da Escola de Base em São Paulo, que até hoje repercute e virou case nas faculdades de jornalismo.
A falta de ética no jornalismo é tão séria ou até mais danosa que um erro médico. É a vida acompanhada pela morte lado a lado até o seu próprio fim. Vamos, com certeza, falar muito sobre isso, em especial pelo advento das mídias sociais. Mesmo assim temos que estar atentos a tudo isso.