Assim como em Limeira, com projeto de Ju Negão (PV) aprovado pela Câmara, que cria o Dia do Atirador Desportivo, Piracicaba também tem um vereador que tem projeto tramitando sobre o tema. Trata-se de Wagner Ribeiro (Cidadania), que quer homenagear, a nível de Câmara Municipal, os CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores).
Em ambos os casos, vereadores ligados a partidos até certo ponto não alinhados ao presidente Jair Bolsonaro (PL), maior incentivador do armamentismo no país.
A citação desse fato é que em apena três anos triplicou o registro de armas de caça no Brasil, com as facilidades impostas por Bolsonaro. O mesmo tipo de arma de caça, que matou, recentemente, o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips.
Sou anti-armentista por natureza, educação familiar e consciência cidadã. E não é fácil aceitar que incentivos dessa natureza partam de quem deveria zelar pela integridade do cidadão e atender aos seus anseios relativos ao bem estar e não à prática de pegar uma arma na mão e atirar.
Caçadores, em si, já são uma ameaça ao meio ambiente e ao ecossistema, além de interferir no ciclo de vida animal, interropendo a cadeia alimentar das espécies. Atiradores desportivos têm suas próprias formas de praticar esse tipo de esporte e só deve fazê-lo em locais apropriados. E colecionadores, há aqueles que gostam de exibir raridades e outros nem tanto, que têm outros objetivos mais obscuros.
A facilitação desse tipo de aquisição abriu muitas brechas para o comércio ilegal de armas de fogo, que agora é difícil controlar.
Os números? Eram 7,6 mil armas nas mãos de “caçadores” em 2018 e, hoje, são 29,5 mil até maio.
O animal caça pela sobrevivência. O homem mata por prazer.