Em cinco dias o STF e o TSE encurralaram e impuseram duas pesadas derrotas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu governo. O primeiro golpe veio do ministro do STF Alexandre Moraes, que vai assumir o TSE, quando determinou a suspensão do Telegram, como rede social, obrigando seus representantes a assumirem compromissos com o Judiciário brasileiro, inclusive retirando mensagem do próprio presidente, que divulgou dados sigilosos de uma apuração da PF junto ao TSE e as urnas eletrônicas, após invasão sobre o sistema.
O segundo golpe, e este talvez o mais doído, é que o TSE não aceitou deliberar de forma cautelar, a uma consulta do Governo Federal, através da Advocacia Geral da União, a AGU, sobre se o presidente poderia incorrer em crime eleitoral, caso baixasse os preços dos combustíveis em ano de eleição presidencial.
Acertou em cheio, evitando que o presidente culpasse o próprio TSE pelo alto preço dos combustíveis, caso respondesse sim à consulta, proibindo Bolsonaro de reduzir esses preços. Quando quer, o Judiciário sabe como agir e, principalmente, como agir da forma correta. Assim que o Telegram atendeu ao STF, Moraes liberou o aplicativo. E o TSE jogou a responsabilidade a quem de direito e de fato, o próprio presidente, que não terá uma desculpa ou alguém para culpar.